sábado, 10 de agosto de 2013

Tal Pai, Tal Filho





Dedicado ao mais importante dos heróis.




    



     Recordo-me com clareza de alguns momentos da minha infância. Foi tudo mágico, hoje me dou conta. Ainda o é, nas doces lembranças. Era comum, após um dia exaustivo para uma criança, adormecer no colo da minha mãe ali mesmo, no sofá da sala e com a televisão ligada. Lutava para me manter acordado, mas muitas vezes era inútil; sucumbia em pouco tempo à manta dos sonhos. E só iria reabrir os olhos no dia seguinte, já na minha cama, coberto, aquecido. Como teria parado ali, se adormeci no sofá? Mágica? Não, um mágico. Meu pai, o mágico que sempre conseguiu tirar da cartola os melhores motivos para meus sorrisos. 

      Transmitiu-me desde cedo seus valores, carinho e compreensão; tem o ombro mais amigo, leal ao extremo, que se faz presente nos bons e maus momentos. Comemora cada uma das minhas conquistas sem poupar alegrias, orgulha-se delas mais do que eu. Nossas discussões, cada vez mais raras, sempre terminam em carinho mútuo, já que não suporta me ver chateado por muito tempo e abaixa a guarda à sua maneira para afastar qualquer ressentimento, sempre me arrancando sorrisos involuntários.
      Nos momentos em que mais precisei não se mostrou alheio, tampouco se acovardou; enfrentou ao meu lado situações delicadas, agindo com extrema serenidade, norteado pelo seu amor paternal. Quando mais precisei de apoio tive a boa surpresa de encontrar o conforto de um abraço sincero, compreensivo e generoso.
      Sei que se pudesse me daria o mundo para garantir minha plena felicidade, pai; como retribuição, se estivesse a meu alcance eu te daria a eternidade, porque já sou feliz por tê-lo aqui, comigo, e adoraria que esse privilégio se perpetuasse. Minha felicidade começa a partir do momento em que me orgulho de descender diretamente da pessoa incomparável que você é. Serei eternamente grato ao feliz acaso de ser seu filho e a toda a imensa contribuição que sempre me deu para que me tornasse quem sou hoje. Tal pai, tal filho.
      E, parafraseando outro dos meus textos, que aqueles cujos pais já não se encontram entre nós se sintam abraçados e confortados pelo fato de que, se chegaram a ser as pessoas bem sucedidas de hoje, grande foi a responsabilidade do homem que os gerou para tal resultado. Ainda que não tenham convivido com a figura paterna, a Genética corrobora o que acabei de dizer, bem como a certeza de que a vida que lhes foi concedida já é uma incontestável prova de amor.

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